quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Embriaga(o)-me


Espasmos sinestésicos,
em mim, permanentes.
Transfiguração inter-helênica,
eu, coberto de pele dormente.
A jorrar giros neologísticos,
cópias velhas de Platão.
Acelerada a mente,
um gênio traço.
Respiro lento a longa dopamina,
ouço o estalo da forma,
vejo em escura sincronia,
toco entre um toque salivar.
Eu, bêbado de sentidos.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Me até me


Se só me sobrassem pontas,
as colocaria na estante,
empilhadas em livros,
embrulhadas em guardanapos,
com versos esquecidos
rabiscados com batom.

Dos inteiros, gastaria até o último sabor,
até o último cheiro, o último odor.
Me tocaria até gastar os dedos,
irisar os seios, me transformar em déia,
em poetastra indolor.